Parece trama de algum filme de suspense ou teoria da conspiração, mas é real: no final dos anos 70 e começo dos 80, um filme obscuro cativou a atenção de diferentes crianças através do mundo todo a ponto delas passarem os anos seguintes buscando reencontrar esta produção B. Eu fui uma destas crianças e esta é a bizarra história de The Bermudas Depths.
Era uma tarde de domingo de 1984. Havíamos chegado do clube e meu pai e minha irmã estavam dormindo. Eu, meu irmão e minha mãe estávamos no escritório, único lugar da sala onde tínhamos uma TV a cores. Se você tem menos de 30 anos e pensa que a programação da TV de domingo é ruim hoje, não queira imaginar naquela época. De toda forma, a TV Manchete, ainda nos seus primeiros anos, tinha um filme naquele fim de tarde e começamos a assistir. A história se passava numa praia, a moça era absolutamente linda (falarei muito sobre ela a seguir) e a trama mostrava um rapaz voltando à sua cidade e investigando o que houve com a morte do pai.
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Connie Sellecca é Jennie Haniver Fonte: Reflections on Film and Television |
Até aí tudo bem, mas chegou o momento quando as coisas começaram a ficar sobrenaturais. Minha mente de 7 a 8 anos não suportou: virei para o lado do sofá onde estava deitado e apenas "ouvi" o resto do filme, voltando a assistir somente as cenas finais. Uma das músicas me marcou bastante e, apesar dela ser totalmente instrumental, por alguma razão associei-a a "Because" dos Beatles e "Still Loving You" dos Scorpions , talvez pelo tom mais melancólico delas.
Pelo relatado até aqui, seria algo para ser totalmente esquecido no dia seguinte, não? Apenas um episódio isolado na infância de uma criança, correto? Errado. De alguma forma, por alguma razão, a soma do que vi do filme - lembrem-se, eu ouvi o restante - gravou uma impressão sombria e intrigante na minha imaginação infante. Eu não fiquei sabendo o nome da produção, minha memória não gravou nenhum dos atores, mas a marca, ou cicatriz, deixada pelo longa metragem ficou lá no meu consciente.
Vamos avançar agora 4 anos até 1988. Já tínhamos um videocassete em casa e Rubens Ewald Filho começava a lançar os Guias de Filmes anuais, verdadeiros calhamaços impressos em papel jornal contendo várias produções com ficha técnica, resenha e cotação crítica. Pois bem, movido pela lembrança daquela tarde intrigante, eu li e reli o guia de '88 várias vezes tentando achar o tal longa. Sem saber seu nome, ano produção ou lembrar de qualquer um de seus atores, eu não tinha muita informação ao meu dispor: contava com a sorte de, lendo alguma resenha, achar o tal filme. Mas o resultado foi apenas um: nada.
Durante os anos seguintes, adquirimos a pequena tradição familiar de todo ano comprar o tal guia do Rubens. 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994... E acreditem, eu pesquisava em todos sobre o tal filme, esperando encontrá-lo num golpe de sorte, lendo e relendo cada exemplar, mas nunca conseguindo localizá-lo.
Neste ponto, você pode se perguntar "reencontrar este filme para que?". Bom, assistir e rever aquilo que fez minha mente infantil travar na época, ver com outros olhos algo que, por alguma razão, havia despertado minha curiosidade e terror infantis. Até para ouvir a tal música de novo. Porém, ano após anos, a busca foi infrutífera. Eu tinha total consciência de se tratar de uma produção obscura, dessas muito exibidas no Brasil até então, especialmente naquela época, mas ela parecia ter desaperecido.
Agora vamos avançar alguns anos. Já não comprávamos o Guia do Vídeo, mas uma poderosa ferramenta havia chegado a nosso lar há uns 2, 3 anos: a internet. Não lembro se em 98 ou 99, mas resolvi usar os buscadores da época para tentar localizar o filme, porém como eu não tinha praticamente nada a meu dispor para servir de referência além da TV Manchete, uma moça bonita, praia etc, a busca foi no mínimo frustrante.
Agora pausa. Vamos dar um fast forward até 2010. Era um fim de tarde no meu antigo trabalho, eu estava só na sala dividida com mais dois amigos e sem nada para fazer quando a lembrança daquele filme bateu a porta da minha memória para me assombrar de novo. Abri o Google e resolvi novamente buscar por ele. Agora eu já tinha a experiência de anos usando buscadores, entendia melhor como usar palavras-chave etc, além do que os próprios buscadores haviam melhorado em muito sua tecnologia de localização. Foi quando me ocorreu tentar algo diferente, usar um recurso já utilizado com sucesso para localizar músicas: jogar uma das frases do filme da qual me lembrava, traduzindo-a para o inglês, claro. Aqui, precisei contar com a sorte da tradução na época ter sido mais ou menos precisa.
Bingo. Apareceram alguns sites na tela. Fui olhar incrédulo as opções após tantos anos de buscas infrutíferas.
Lembro de alguns links falarem sobre... tartarugas gigantes? Não recordava de nenhuma, então ignorei. Até quando vi um link sobre um longa metragem e cliquei. Comecei a ler e... Era ele! Havia fotos aqui e ali, justamente de cenas das quais eu me recordava. Após 26 anos, eu havia localizado o filme. Não havia dúvidas. Era. Ele. E pasme, tinha uma tartaruga gigante no filme!
ENFIM, THE BERMUDAS DEPTHS
Antes de abordar a parte misteriosa, vou falar sobre a produção em si: o nome dela é The Bermudas Dephts e é um telefilme de 1978, sendo uma coprodução EUA/Japão, onde os japoneses ficaram responsáveis pelos (d)efeitos especiais, enquanto os americanos foram a famosa Rankin/Bass, responsáveis, por exemplo, pela adaptação d´O Senhor dos Anéis para animação. Aparentemente pelo trailer de televisão (abaixo), ela passou no canal ABC no programa "Movie of the Week". Com qual nome a Manchete exibiu no Brasil, não sei e penso que essa informação se perdeu nas brumas da História ao menos até o presente momento.
A trama gira em torno do tal Magnus que, conforme me lembrava, volta à cidade onde nasceu para desvendar o mistério envolvendo a morte do pai. Ele reencontra uma antiga amiga de infância, Jennie Haniver, e um amigo do pai, Eric, ao lado de professor Paulus. Ele e Jennie reatam a amizade com pitadas de primeiro amor. Paralelamente a isso, Eric se mostra envolvido numa caça a uma criatura desconhecida e Magnus embarca na busca para localizá-la e capturá-la após saber do possível envolvimento dela na morte do próprio pai. Como TUBARÃO (Jaws) havia sido lançado apenas 3 anos antes em 1975, o filme pegava carona no cinema emergente de monstros misturado a elementos sobrenaturais.
Para minha surpresa, o elenco da produção passava longe de ser tão obscuro assim. Vamos começar pela linda moça mencionada anteriormente: ela é ninguém menos que Connie Sellecca e estrelou os telefilmes do Capitão América onde Reb Brown viveu o Sentinela da Liberdade nos anos 70 além de outras participações em filmes e TV, tendo uma carreira (justificável) de modelo também. Magnus é vivido por Leigh McCloskey, um dos astros teens da TV na época e talvez o mais obscuro de todos para nossas audiências tupiniquins. O professor Paulus é vivido por Burnes Ives, veterano ator. A curiosidade mesmo fica pelo papel de Eric interpretado por ninguém menos que Carl Weathers, algum tempo antes de participar de ROCKY, UM LUTADOR, onde ficou famoso ao dar vida a Apollo "Doutrinador" Creed, e O PREDADOR.
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Eric (Carl Weathers) e Magnus (Leigh McCloskey) Fonte: Scared Shiftless in Shasta |
O FILME MISTERIOSO QUE ASSOMBROU CRIANÇAS
Bom, agora vem a parte intrigante. Enquanto redescobria este pedaço perdido de minha infância, eu notei no site os comentários de várias pessoas dizendo que buscaram por ANOS identificar este filme. Aquilo me soou estranho. Era a minha história, não? Havia vários depoimentos mostrando o mesmo relato.
Mudei de site, agora sabendo o nome do filme era tudo imediato e em todos havia este padrão bizarro de pessoas mais ou menos com a minha idade, entre 35-40 anos, originárias de várias partes do mundo - mais especificamente dos EUA, Austrália e até achei alguém do Brasil - que assistiram The Bermudas Dephts quando eram crianças durante os anos 80 em horas mortas da noite em seus respectivos países e ficaram marcadas por ele. Sem saber seu nome, lembrar de seus atores ou ter qualquer informação concreta a seu respeito, elas gastaram anos, ANOS, buscando por ele em várias fontes até localizarem-no pela internet.... Igual a mim. Na verdade, para minha surpresa, eu fazia parte de uma estatística mundial de pessoas afetadas por este filme durante a infância!
Estou falando de um fenômeno de escala mundial: crianças de diferentes nacionalidades, sem qualquer contato entre si, afetadas da mesma forma por um filme obscuro e que deixou marcas em seus conscientes e inconscientes a ponto delas gastarem anos de suas vidas adolescentes e adultas tentando localizar a produção novamente, assombradas pela tal música, pela beleza da atriz e pela trama bizarra misturando elementos sobrenaturais e caça ao monstro.
Um dos comentários num dos sites me chamou muito atenção: o homem dizia que a atriz Connie Sellecca deve ter definido inconsciente o gosto dele por morenas. Refleti sobre a questão e acho sinceramente que também fui afetado por isso: na época, meu referencial de beleza era a Jane, namorada do Tarzan, e até a garotinha por quem eu era apaixonado na escola era loira. De alguma forma, inexplicavelmente a partir daquele ano de 1984 depois de ver uma parte de The Bermudas Dephts, eu comecei a me interessar por morenas. Se realmente foi assim, tratou-se de algo inconsciente.
Também pude finalmente descobrir qual era aquela música responsável por assombrar não só a minha imaginação, mas a de outras crianças até então! Concerto em D Maior, Largo para Violão de Vivaldi. A melodia toca algumas vezes no filme e acaba conferindo um ar tétrico à história quando contextualizada no filme. Não vou contar muito para não estragar a surpresa de quem quiser assistir. Fizeram uma homenagem ao casal Magnus e Jenny com ela e disponibilizaram no youtube, veja abaixo. A comunidade de fãs no facebook responsável pelo vídeo pode ser acessada aqui. Vale notar que a versão no filme, ouvida brevemente no trailer acima, é um tanto mais melancólica e, quando vista em certas cenas, beira o macabro.
Outra música, esta aparentemente produzida para o filme, fala da personagem de Connie Sellecca e se chama "Jennie", tendo sido composta por Jules Bass e interpretada por Claude Carmichael.
E de onde vinham tantos comentários sobre "tartaruga gigante"? Muito simples: do monstro caçado por Eric (Carl Weathers). Aí entra outra curiosidade, como essas crianças - agora adultos entre os 35-40 anos - viram o filme todo (diferente de mim que virei pro lado e não vi uma parte), elas sabiam da tal criatura e buscavam filmes tendo "tartarugas gigantes" como referência, mas sempre caiam nas produções envolvendo Gamera. Também realizadas na terra do sol nascente, elas mostravam as aventuras de um monstro na forma de tartaruga que defendia o Japão e o planeta.
Por que tantas crianças foram afetadas por este filme?
Esta pergunta também foi respondida de forma empírica após ler vários comentários espalhados pela net. As razões são várias e mesclam-se entre si. Alguns citam a música de Vivaldi, outros a beleza de Connie Sellecca, a tal criatura, o final amargo, o elemento sobrenatural... A trama do filme é tão inusitada e única sob muitos aspectos que, de alguma forma, gerou uma impressão duradoura nas mentes infantis aliada a esses elementos, embora passando de forma desapercebida pelos adultos. Desnecessário dizer que o filme NÃO é para crianças. Apesar de não ter qualquer violência explícita ou sexo, é um filme de terror com pitadas de drama ou vice-versa, dependendo de como se busca encará-lo.
"Ok, Thiago, fiquei curioso, vale a pena ver o filme? E onde encontro?"

Sobre se vale a pena ver, é uma pergunta complicada sobre muitos aspectos pois The Bermudas Depths é um filme no mínimo incomum, não apenas pelo efeito causado em crianças do mundo todo no passado (e se estendendo até hoje), mas porque varia muito conforme seu gosto e apreciação.
A trama não é ruim. Como já pontuei, é um filme de monstro misturado a histórias de fantasmas e a própria ligação de dois elementos tão diferentes entre si torna a produção no mínimo exótica. A parte final é uma cópia quase descarada do já mencionado TUBARÃO (1975). Sob este aspecto, eu recomendaria ver com cautela.
A atuação de McCloskey como Magnus é péssima, mas o resto do elenco se sai bem em suas respectivas funções. A direção é competente, mas é na parte musical onde, tecnicamente, o filme tem mais destaque, utilizando as músicas de Vivaldi e Jules Bass para criar uma aura sobrenatural.
Mas se você é uma pessoa que se incomoda imensamente com efeitos especiais datados e realizados com recursos limitados mesmo para sua época, esqueça e passe longe: os vistos aqui já eram pobres mesmo em 1978 e são risíveis hoje em dia. Eles seguem o padrão de qualidade visto em Jaspion e outras produções japoneses daquele período de tempo até os anos 80 e isto não é à toa: eles foram realizados pela Tsuburaya Productions, responsável pela série do Ultraman[2].
De toda forma, por se tratar de um filme com um efeito tão bizarro em crianças do mundo todo a ponto de se tornar cult, eu recomendaria assistir a título de curiosidade. Para mim, valeu a pena confrontar aqueles medos infantis infundados e redescobrir esta peça curiosa do cinema B dos anos 70.
QUEM TEM MEDO DE JENNY HANIVER?
Agora, por favor, se você tem qualquer pretenção de ver este filme, pare de ler aqui e volte depois. Não se sinta compelido a ler o texto abaixo ou provocado por este aviso, não pense que "não se importa com spoilers" ou que "não liga para saber detalhes do filme antes de vê-lo". Deixe a surpresa agir aqui MESMO.
Mas se você já assistiu ou ainda assim não está nem aí para meu conselho, vamos lá. Mais importante do que a tartaruga-monstro caçada no filme é a personagem de Jennie Haniver vivida por Connie Sellecca. Para minha surpresa, enquanto descobria o nome do filme em Inglês e todas as informações acima, também me deparei com a informação de que Jenny Haniver realmente existe. Ou quase isso.
Na verdade, e aqui a Wikipedia me ajudou, Jenny Haniver é uma personagem folclórica, uma figura decorativa feita de raias ressecadas[3], resultando em objetos decorativos grotescos parecidas com sereias monstruosas. A confecção de "Jenny Haniver" já é relatada em livros de 1558[4] e era feita por marinheiros, depois migrando para partes da Ásia. Em Português, elas são conhecidas por "Garadiávolos"[5].
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Jenny Haniver Foto: "Jenny Haniver1218" by M.Violante - Own work. Licensed under CC BY 2.5 via Wikimedia Commons - http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jenny_Haniver1218.jpg#/media/File:Jenny_Haniver1218.jpg |
Basicamente, a "Jennie Haniver" do filme é uma mescla da "Jenny Haniver" do folclore e da Jennie Haniver da lenda das Bermudas, ela é um tipo de sereia sobrenatural. Em The Bermudas Depths, o barco de Jennie está prestes a afundar por volta dos anos 1700 com ela a bordo. Jovem, vã e bonita, ela se nega a morrer naquela idade e resolver rezar "àquele que mora nas profundezas". Ouvindo uma voz sobrenatural que a manda pular no mar onde será para sempre jovem, ela não hesita em obedecer a seu novo mestre.
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A lápide de Jennie Haniver conforme mostrada no filme. É possível ler "1701 - , Perdida no Mar". Fonte: HorrorExpress |
A assistente do professor Paulus também explica a capacidade dela de aparecer como menina, moça e mulher, explicando para a audiência os encontros de Jennie com Magnus durante a infância dele na forma de criança. Percebam como ela sempre veste a mesma roupa desde o começo do filme, um detalhe para o toque sobrenatural em torno dela.
E o que tem uma tartaruga gigante a ver com tudo isso? Bom, aqui vão mais spoilers do filme. Ele é o mestre de Jennie, "aquele que habita as profundezas". Alguns podem traçar um paralelo entre o diabo da cultura ocidental, mas hora alguma ele é chamado por este nome, ao contrário: a forma como se referem a ele no filme traça um paralelo entre as criaturas lovecraftianas, os grandes antigos (the old ones), seres de poder enorme precedendo em muito a humanidade. Através do Google, é possível encontrar uma farta fonte de informação sobre eles. De posse destas informações, volte e escute de novo a música "Jennie" acima e veja como ela reflete aquilo explicado aqui.
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Fonte: The Realms of Ryan |
Vale apontar ter sido justamente na parte onde o barco de Jennie está afundando e quando ela pede ajuda ao "old one" que parei de ver o filme e, anos depois, foi a frase dita pela empregada de Paulis neste exato flashback - "ela se ajoelhou e rezou para aquele que mora nas profundezas" - que eu traduzi para o Inglês e através da qual consegui achar o filme. Irônico, no mínimo.
Tudo isto faz de The Bermudas Depths um filme intrigante, triste e inexplicavelmente atraente. Se você deixar sua curiosidade falar mais alto, pode ser que se surpreenda com o resultado final de uma produção que tinha tudo para ser esquecida, mas, tal qual a lenda de Jennie Haniver, insiste em perdurar.
BIBLIOGRAFIA
[1],[2] The Bermudas Depths <http://en.wikipedia.org/wiki/The_Bermuda_Depths> Acesso em 8 de maio de 2015
[3],[4] Jenny Haniver <http://en.wikipedia.org/wiki/Jenny_Haniver> Acesso em 11 de maio de 2015
[5] Garadiávolo <http://pt.wikipedia.org/wiki/Garadi%C3%A1volo> Acesso em 11 de maio de 2015
Engraçado que achei seu post procurando o fatídico filme.
ResponderExcluirEu fui uma das crianças que foi afetada por este filme. A imagem dele jogando o colar na água e caindo em cima da tartaruga nunca mais saiu da minha memória. Hoje lembrei do filme e tentei achá-lo, ( única coisa que lembrava era da tartaruga e do colar)pois queria assisti-lo novamente.Quando me deparei com sua história fiquei impressionada, pois parecia a minha...
ResponderExcluirOlá, Sol. Primeiro, obrigado pela visita e pelo comentário! Sim, é impressionante como este filme obscuro afetou a vida de tantas crianças e jovens ao redor do mundo. Gostaria de saber se você lembra do dia em que viu. Foi em um domingo? Tento saber dos brasileiros para descobrir se por acaso a Manchete chegou a reprisar este filme. Obrigado!
ExcluirHallo Thiago, não sou a Sol, mas gostaria de responder tb, posso te afirmar com certeza que vi esse filme num Domingo e não era muito tarde, penso que entre 18-20 horas.
ExcluirIncrível...eu passei pelo mesmo. Procurei esse filme por anos e anos. Lembrava apenas da moça dos olhos de luz e da Tartaruga marinha gigante. Era pequena na época e não lembrava da trama em si.
ResponderExcluirInfelizmente não revi o filme. Não o encontro. Mas pelo menos sei o nome do filme agora.
Joinha YY, olá! Vi suas duas repostas e fique à vontade! Faço a você a mesma pergunta que farei a Ana: será que o ano foi 1984?
ExcluirSobre o filme, pelo que sei nunca saiu no Brasil, mas foi lançado nos EUA em dvd numa coleção especial da Warner. Vale a garimpada pelo Ebay.
Passei anos lembrando desse filme.Ficou marcado na minha memória.Assisti em uma tarde de domingo nos anos de 85 ou 86.Lembro que fiquei com medo.Mas gostaria de ver novamente.
ResponderExcluirOi, Ana, será que o ano foi 1984? Pergunto isto a quem posta aqui pois tenho muita curiosidade de saber se a Manchete reprisou. Eu tenho quase certeza que vi em 84 de tarde. Quando acabou já estava de noite quando terminou.
ExcluirAgradeço muito pelos comentários de todos. Tem sido incrível mesmo descobrir outras "crianças" brasileiras afetas pelo Bermudas Depths. Continuem escrevendo e compartilhando suas experiências!
ResponderExcluir:)
Nossa tinha 10 anos quando foi lançado.
ExcluirAcho que daí vem meu amor por tartarugas. Assim que a internet apareceu procurei por algumas kwmvsacas de infância, essa foi uma delas. Não foi dificil já que com uns 15 vi o ator em Rocky . Hoje tenho 52 e continuo lembrando do filme.
Eu me lembro de um dia, ainda criança, estar pensando neste filme e resolvo ver o que estava sendo exibido na TV Manchete, e não é que estavam exibindo exatamente o filme da tartaruga gigante!! O que parece ter me marcado foi a história da tartaruga mesmo. Estes dias resolvi procurar informações a respeito e encontro este site e outros com mensagens semelhantes. Incrível! rs
ResponderExcluirBem-vindo ao grupo das crianças afetadas, Hugo! :)
ExcluirParabéns Thiago pela matéria. Acho que é a mais completa que já li sobre o filme. Como você, vi o filme na infância e fiquei fascinada por ele. E fiquei intrigada por você ter ficado tão interessado sem ter visto o filme inteiro! Lembrava da história e dos atores, portanto, quando a internet surgiu, foi fácil achá-lo no IMDB e também descobrir que muita gente, como eu, buscava e se interessava pelo filme. O problema era que revê-lo era impossível, já que não era mais reprisado e nem foi lançado no Brasil em VHS ou DVD. Procurei anos, até que um dia, uns 6 ou mais anos atrás, consegui baixá-lo com boa qualidade de imagem. Não me arrependi de tanta persistência na busca, o filme é intrigante, mágico e delicioso. Revi várias vezes, em inglês sem legendas, e como você li relatos de pessoas que reclamavam a falta de legenda. Acabei resolvendo fazê-la, deu muito trabalho, já que tive que fazê-lo apenas baseado no áudio, não localizei legendas em inglês para traduzir. Deu muito trabalho para sincronizar. A legenda está postada no legendas.tv, se lhe interessar. Finalmente tenho o DVD, feito e legendado por mim. Já revi o filme várias vezes desde então. Você não comentou sobre o personagem da velha senhora que conta a Magnus a lenda de Jennie Haniver. Não vejo a tartaruga como mestre de Jennie, na verdade acho que tudo no filme é intrigante e não existe uma explicação correta para o seu final. Figuei sem saber, como conseguiu finalmente ver o filme? Acho que não comentou no texto. Foi ótimo ter achado seu blog, ver mais uma vez que não estou sozinha na paixão por este filme obscuro e fascinante.
ResponderExcluirOlá, Ivonete, obrigado pelo comentário! Realmente, eu me esforcei muito para apresentar um material completo não só sobre o filme, mas sobre a parte histórica e folclórica.
ExcluirInfelizmente, é contra minha política e a do blog incentivar qualquer tipo de pirataria, então preciso deixar aqui meu registro contra o download (o que não posso proibir as pessoas de fazerem, apenas advertir ser ilegal). O filme já se encontra disponível em DVD embora seja necessário importação.
Eu falei sobre a senhora que é assistente, sim. Aqui: "A assistente do professor Paulus também explica a capacidade dela de aparecer como menina, moça e mulher, explicando para a audiência os encontros de Jennie com Magnus durante a infância dele na forma de criança. Percebam como ela sempre veste a mesma roupa desde o começo do filme, um detalhe para o toque sobrenatural em torno dela."
A tartaruga, aquele ser lovercraftiano, era mesmo o mestre dela, isto é mostrado e falado abertamente no filme, o que torna Jennie uma personagem ambígua e complexa: ela genuinamente ama Marcus, mas está para sempre presa ao seu juramento, trazendo desgraça aos demais como os cientistas. Realmente, não entendi a sua observação sobre o final ser ambíguo, pois ele é bastante claro: ela continuará assombrando os mares, servindo "aquele que mora nas profundezas", enquanto Marcus fez as pazes com seu passado e por isso se livra da única lembrança que tinha dela (o colar) que é "reclamado" pelo mestre dela, mostrando que no fim, ele foi o grande vencedor.
Foi ótimo também ter encontrado mais uma fã do filme, agradeço realmente sua participação e vamos trabalhar para o filme não ser esquecido!
Obrigada pela resposta Thiago! Quando ao download, infelizmente, como vc mesmo disse, é necessário importação, o que fica bastante caro. Também não sou a favor da pirataria, procuro sempre ter os filmes e séries que gosto, adquirindo os originais, mas, como sabe, vivemos no Brasil e muita coisa não chega a ser lançada por aqui. Fiz a legenda com a intenção de ajudar, quem como eu, adora o filme e não tem condições de importá-lo, mesmo porque na época que fiz a legenda, acho que nem havia essa opção.
ExcluirMe refiro ao momento em que a senhora que trabalha para o Dr. Paulus conta a lenda de Jennie e como ela fez um pacto com "aquele" das profundezas durante a tempestade no mar. É parte importante da trama.
Falo sobre o final ser ambíguo, porque sempre me pareceu que Jennie poderia ser um amálgama com o ser das profundezas, a partir do momento que mergulhou do barco em meio a tempestade para salvar-se, se uniu a ele, não como se a criatura se tornasse seu mestre, mas sim se tornando um único ser, numa fusão de almas.
Também interpreto de forma diferente quando Magnus joga o colar no mar. Para mim ele quer esquecer Jennie e se livra da lembrança material que tinha dela. Ele fala pouco antes de partir para a esposa de Eric no cemitério (sem corpos, daqueles que se perderam no mar) que nunca mais voltaria para perto do mar. Ou seja, seu amor por Jennie só trouxe desgraça e morte e seria melhor nunca mais voltar ao lugar que a encontrou e sepultá-la para sempre no fundo do oceano.
Observação perfeita, nunca havia pensado nisso, mas a tartaruga parece mesmo ter saído da imaginação de H. P. Lovecraft.
Veja só, um filme B, obscuro, mas que encantou tanta gente e deu e continua dando origem a tantos comentários.
Olá, Ivonete!
ExcluirEstou me referindo a esta mesma passagem com a senhora que trabalha para o cientista. Estamos falando da mesma cena e ela é citada no artigo. É esta cena que citei no artigo e para você acima: ""A assistente do professor Paulus também explica a capacidade dela de aparecer como menina, moça e mulher, (...)". Foi devidamente analisada.
Na verdade, o filme é bem direto ao explicar que Jennie passa a servir seu "mestre", não que ela tenha se tornado uma com o ser que assuma a forma de uma tartaruga. Na parte do flashback, a mesma onde a senhora explica a origem dela.
Sobre o que você disse do final... é o que eu falei, apenas com outras palavras. Temos a mesma concepção: o fato de Marcus ter feito as pazes com o que houve significa que ele quer por de lado a lembrança da garota e se afastar de tudo que o atormentou e trouxe tanta tragédia antes e depois, inclusive o mar.
Apesar de não ser referido claramente como um dos Antigos de Lovecraft, a inspiração para "aquele que mora nas profundezas" é claramente tirada da obra dele. Até o nome remete diretamente a uma de suas criaturas extraplanares, não?
Já pensei se este filme valeria um remake, mas não. Provavelmente iriam estragar algo e o charme dele é ser mesmo esta produção B que por alguma razão bizarra cativou nossa imaginação.
Olá Thiago!
ResponderExcluirVou rever o filme pela milésima vez (farei este sacrifício), mas acho que tem razão em relação ao fato de Jennie ser uma "serva" da criatura, que "vendeu" sua alma pela juventude e beleza eternas.
Em relação ao momento que Magnus joga o colar no mar, como vc disse que o ser havia "reclamado" o colar e vencido a disputa por Jennie, entendi que talvez achasse que Magnus obedecesse a algum chamado sobrenatural para se livrar do colar, quando na minha concepção, ele simplesmente entende que tem que se afastar de Jennie, do mar e de tudo que lembra ela.
Conheço muito pouco da obra de Lovecraft, por isto nunca havia feito a ligação.
Concordo, provavelmente estragariam o filme com um remake, como já fizeram com tantas outras obras queridas de minha infância, enchendo de efeitos especiais, correria e ritmo de video game. Melhor a gente continuar curtindo Magnus, Jennie, Paulus, Eric e a misteriosa tartaruga em suas versões originais.
Ola amigo
ResponderExcluirTambém vi esse filme a muitos anos atrás e realmente é muito interessante,e tive a oportunidade de assisti-lo depois de muitos anos em um dvd com legendas em português,que por acaso encontrei em uma loja virtual na internet a quem interessar a loja chama-se nebulosa m78.
Olá Carlos, também adoro o filme e sabe o que é mais engraçado, o dvd que vc comprou neste site, utiliza as legendas que eu fiz baseadas no áudio do filme, já que não havia legendas para este filme em idioma algum. Ou seja, estão ganhando dinheiro com o meu trabalho, mas tudo bem, faz parte, a partir do momento que disponibilizei as legendas que fiz na internet, não há como controlar seu uso.
ExcluirParabéns pela resenha. Eu também assisti esse filme quando passou a noite na extinta tv manchete. Passei anos atrás do filme da "tartaruga gigante", até que descobri o título em uma comunidade do falecido Orkut .. se não me engano foi em "Qual o nome do filme?". A pessoa citou o enredo, onde uma garota tinha um elo diabólico com a tal tartaruga ... e alguém elucidou o mistério com o título "Bermuda Depths". Na época que o filme foi feito, além dos animais gigantes estarem em alta .. a temática triângulo das bermudas também foi bastante explorada.
ResponderExcluirQuem quer rever o ver pela 1° vez tá o link do pessoal do Tela de Cinema http://teladecinema.net/the-bermuda-depths-filme-para-tv-legendado-1978/
ResponderExcluirEu acredito que muita gente que assistiu aquele filme quando criança ficou muito impressionado. Nunca esqueci desse filme e muito menos da música. Não sabia o nome do filme, pois na época devia ter 7 ou 8 anos, mas procurei colocando a resenha do filme no google. A propósito, procurei esse filme em português, mas não encontrei.
ResponderExcluirGean, como eu disse no artigo, este filme não saiu no Brasil nem em VHS, dvd ou blu ray. A única forma é nos EUA pelo ebay ou lojas de lá, pois saiu pelo selo archive collection da Warner.
ExcluirRespondendo a pergunta sobre a data que eu assisti, não lembro,o incrível é encontrar tantos como eu que ficaram marcados pela história da tartaruga gigante.
ResponderExcluirEu gostaria de assistir esse filme novamente, se alguém souber onde consigo, por gentileza me envie: marquesonia08@gmail.com
ResponderExcluirEu também passei anos procurando o nome desse filme. Ele marcou minha infância na cena que o rapaz joga o colar e ela pega do fundo mar. Gente, eu achava que somente eu fiquei tocada pela lembrança dessw filme, mas vejo aqui que muitas crianças ( como eu à epoca) também foram tocadas. Que filme interessante que marcou nossas vidas na infância. Fui procurar pelo filme a achei seu documentário. Obrigada por nos ajudar
ResponderExcluirDisponha, agradeço a visita.
ExcluirTambém pertenço ao seleto grupo das crianças apavoradas que assistiram nas profundezas das bermudas, há anos procuro por este filme pra conseguir assistir tudo porque a maior parte eu ficava de olhos fechados, é incrível como ele me assombra quase 40 anos depois
ResponderExcluirOi, Patrícia! Ainda me fascina o impacto que esse filme obscuro teve em nossa geração. Você por acaso lembra o canal em que assistiu?
ExcluirExatamente o mesmo aconteceu comigo. Passei anos procurando por esse filme, pois TB tive a infância impactada por ele. A única cena que lembro é a da tartaruga gigante pulando da água e de alguma maneira eu tenho uma memória que a moça era a tartaruga
ResponderExcluirOi, Julia, que legal. Eu costumo perguntar onde as pessoas viram. Eu assisti na manchete numa sessão da tarde. Naquela época, as coisas eram sem noção, né? Um filme desses passando de tarde. rs
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