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Fonte: prensanecoche.file.wordpress.com |
Existe muita verborragia e autoanálise dos personagens denotando um pé claro no cinema de Woody Allen, tão evidente que ele é até homenageado com uma cena de um de seus filmes durante o longa, mas o diretor Gustavo Taretto encontra espaço suficiente para brincar com a criatividade tipicamente latina: existem interferências de grafismos nas cenas, montagens criativas, colagens visuais etc. Há também diversas referências ao universo pop, indo de "Onde Está Wally" até, pasme, Astroboy com direito à ouvir "Aint no Mountain High Enough" interpretada por Marvin Gaye e Tammi Terrel e "True Love Will Find You in the End" de Daniel Johnston.
O filme não é um romance, mas um mostruário sobre a vida de um casal ideal antes deles se conhecerem. Qual bagagem de vivências e sofrimentos é necessária ou acumulada nas vidas de duas pessoas para que elas se complementem quando se encontrarem? Quais as decepções são únicas e quais foram compartilhadas? Por estes motivos, Medianeras é um drama com toques de humor (na dose certa) sobre a existência e a vida nas grandes metrópoles a ponto do filme ter praticamente três personagens: Martin, Mariana e a cidade onde moram.
A crítica pequena fica pelo subtítulo dele no mercado internacional, traduzido no Português para "Buenos Aires na Era do Amor Virtual". Apesar de um eventual contato em um chat entre os personagens, o filme não é sobre namoro virtual, encontros pela internet ou envolve qualquer temática vagamente parecida com isso. Aliás, o próprio isolamento social da dupla e a busca de consolo em ocasionais encontros virtuais mais especificamente por parte de Martin é mais uma faceta da vida moderna explorada pelo longa.
Recomendadíssimo para todos apreciadores de um ótimo e despretensioso filme, porém muito bem arquitetado, envolvente e, a seu modo, emocionante. Medianeras se mostra uma excelente varanda do moderno cinema argentino. Está disponível no Netflix!
Confira o trailer oficial abaixo.
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