Quando a moça acorda no hospital, passaram-se 5 anos. É 2012 e, para seu desespero, ela está com amnésia seletiva e não tem memória de nada desde sua lua-de-mel. Tudo piora quando ela descobre que não esteve em coma este tempo todo, apenas pelo último mês. Ou seja, além da batida de moto da qual se recorda não ter tido nada a ver com seu estado atual, em meia década da qual não tem qualquer recordação, sua vida foi virada do avesso, seu marido se divorciou a ponto de mal conseguir olhar nos olhos dela e, tirando sua família direta, seus amigos e colegas de trabalho não a suportam mais. Que tipo de pessoa ela se tornou antes do acidente?
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Fonte: CRIEnglish.com |
Além de lidar emocionalmente com o fato de ter despertado divorcidada do homem quem ama e de quem é, na sua cabeça, ainda recém-casada, ela ainda precisa lidar com a realidade dele ter seguido a vida em frente e encontrado novamente o amor com outra mulher. Porém, a ligação de Yu com Mann, a despeito de toda amargura, mostra-se forte o suficiente para ele acolhê-la e buscar ajudá-la a se restabelecer como ser humano e como mulher, justificando a linha-chave do trailer: "sempre há alguém de quem você nunca esquecerá".
O título do filme, o qual poderia ser traduzido como Os Anos Roubados, traduz de maneira poética todo dilema enfrentado por seus protagonistas. É a jornada dolorosa, mas igualmente doce dos dois que direciona encantadoramente a trama, conduzindo a audiência por todo desgaste de um amor aparentente duradouro para novamente mostrar a ela que aquele sentimento pode ser forte o bastante para nortear a vida de seus personagens a novos rumos.
Mostrando-se uma história humana e pungente, a narrativa é repleta de momentos doces e amargos quase impossíveis de imaginar sem a atuação de Joseph Chang como Yu e Bai Baihe como Mann, liderados pela direção de Barbara Wong, quem também co-assina o roteiro. Bai tem a tarefa incrível de nos mostrar as duas facetas de Mann, a doce esposa apaixonada e a pessoa a quem quase todos passaram a odiar, tornando-se encantadora e apaixonante. Yu transita, até o clímax, num campo igualmente delicado do ex-marido tentando ser amigo da antiga esposa num momento de dificuldade excepcional, mas repleto de sentimentos conflitantes dentro de si sobre ela e até por ele mesmo. Há passagens dramáticas, outras tocantes, mas a produção se permite também alguma descontração como quando Mann descobre que Michael Jackson morreu.
Enquanto sua primeira parte é claramente a jornada de redescoberta da jovem mulher, a segunda assume de vez seu tom dramático e se torna um rolocompressor nas emeções do espectador. Se por um lado Barbara Wong e seus colegas roteiristas evitam clichês no começo (não, Mann não recorda dos 5 anos que perdeu), por outro lado cedem a alguns aqui.
Novamente, veem em seu socorro Chang e Baihe com suas interpretações acertadas e incrivelmente convincentes, bem como à sensibilidade da própria diretora e dos escritores em apresentar as situações vividas pelo casal de forma totalmente convincente e realista. Não se deixe enganar pelo começo pontuado por ternurna, romance e momentos delicados: The Stolen Years é, antes de tudo, um drama de primeira qualidade, sendo altamente indicado àqueles de corações mais sensível estarem preparados para algumas lágrimas.
Mesmo sendo uma produção tão polarizada em duas metades (uns podem gostar mais de uma do que de outra), é um filme que cutuca o telespectador com certos temas, acontecimentos e escolhas os quais nem todos seriam capazes de fazer ou mesmo se questionam em seu dia-a-dia e o resultado não deixa de ser uma certa sensação de devastação após os créditos rolarem ao som da linda canção Quietly Tell You no fim da exibição tendo-se gostado ou nao da obra como um todo.
Recomendado? Se você estiver preparado para amar, odiar ou apenas ser mexido emocionalmente por um filme, sim, vá em frente e assista: The Stolen Years não passará impune por você. Duvido, aliás, que consiga passar impune por qualquer pessoa minimamente humana. Se está procurando histórias encantadas sobre amores puros, desista. É um filme povoado por pessoas reais, com qualidades e defeitos, sendo esta é a maior qualidade da narrativa. Merecidamente concorreu no Festival Internacional de Cinema de Xangai e, dependendendo de seu estado de espírito, pode até ganhar as suas palmas.
Disponível no netflix.
悄悄告訴你-范瑋琪 (Te dizendo calmamente)
Não importa o quão longe pássaros migratórios voem,
eles sentem saudade do sul.
Depois da jornada dos viajantes,
no fim, há um lar.
Não posso sentir se é frio ou quente
na próxima estação.
De madrugada, devo partir.
Ouvir o eco
no fim do túnel
é o voto que fizemos no nosso auge.
Alguma pessoas ficam para sempre em seu coração,
algumas histórias e sonhos nunca terminam.
Algumas palavras são melhores se sussuradas.
Vamos nos aproximar
para eu poder dizer o quanto te amo.
Não importa aonde eu vá,
meu coração permanecerá.
Somos almas gêmeas em planos diferentes [nota: em dimensões diferentes, morte e vida].
Cantei sua música preferida, lembra?
Vamos nos aproximar,
preciso te dizer
o quanto te amo.
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